Meus irmãos, amai os órfãos!
Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança!
Deus permite que existam órfãos,
para nos animar a lhes servirmos de pais.
Que divina caridade, a de ajudar uma pobre criaturinha abandonada, livrá-la da fome e do frio, orientar sua alma, para que ela não se perca no vicio!
Quem estende a mão a uma criança abandonada
é agradável a Deus, porque demonstra
compreender e praticar a sua lei.
Lembrai-vos também de que, frequentemente,
a criança que agora socorreis
vos foi cara numa encarnação anterior,
e se o pudésseis recordar,
o que fazeis já não seria caridade,
mas o cumprimento de um dever.
Assim, portanto, meus amigos, todo sofredor
é vosso irmão e tem direito à vossa caridade.
Não a essa caridade que magoa o coração,
não a essa esmola que queima a mão que a recebe,
pois os vossos óbolos são frequentemente muito amargos!
Quantas vezes eles seriam recusados,
se a doença e a privação não os esperassem no casebre!
Dai com ternura,
juntando ao benefício material o mais precioso de todos:
uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo.
Evitai esse ar protetoral, que resolve a lâmina
no coração que sangra, e pensai que, ao fazer o bem,
trabalhais para vós e para os vossos.
Um Espírito Protetor
Paris, 1860
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