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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mas...



O amor de Deus está presente por toda parte. A natureza fala da sua grandeza em cada detalhe.

E o amor de Deus é a própria esperança se derramando sobre toda a criação.

Quando observamos as cinzas de um campo queimado, talvez pensemos que a vida ali se extinguiu para sempre.

Mas em pouco tempo as plantas brotam, mais verdes que nunca, mostrando que nada consegue deter a vida.
Quando vemos os escombros deixados pela fúria das tempestades, pode nos parecer que nada mais poderá existir em tão deprimente paisagem.

No entanto, em breve tempo as mãos hábeis e competentes dos homens deixam o local em condições de ser habitado novamente.

Quando olhamos vastas extensões de terras esturricadas pela estiagem, temos a impressão de que a vida bateu em retirada, para sempre.

Mas, para espanto de todos, a chuva cai de mansinho, penetrando o solo castigado, acordando as sementes que jaziam adormecidas e, em pouco tempo, o que era deserto se converte em imenso jardim multicolorido.

É assim que Deus nos fala da esperança, a cada instante.

Foi observando esses pequenos detalhes da natureza, que um poeta escreveu o seguinte poema:
E eu que achei que a lua não brilhasse sobre os mortos no campo da guerrilha, sobre a relva que encobre a armadilha ou sobre o esconderijo da quadrilha... Mas brilha.

E achei que nenhum pássaro cantasse, se um lavrador não colhe o que planta, se uma família vai dormir sem janta com um soluço preso na garganta... Mas canta.

Também pensei que a chuva não regasse a folha cujo leite queima e cega, a carnívora flor que o inseto pega ou o espinho oculto na macega... Mas rega.

Pensei, também, que o orvalho não beijasse a venenosa cobra que rasteja, no silêncio da noite sertaneja, sobre as ruínas de esquecida igreja... Mas beija.

Imaginei que a água não lavasse o chicote que em sangue deprava, quando, de forma monstruosa e brava, abre trilhas de dor na pele escrava... Mas lava.

Apostei que nenhuma borboleta - por ser um vivo exemplo de esperança - dançaria contente, leve e mansa sobre o túmulo de uma criança... Mas dança.

E eu pensei que o sol não mais aquecesse os campos que a guerra empobrece, onde tomba do homem a própria espécie, e a sombra da dor enlouquece... Mas aquece.

Por isso achei que eu não mais fizesse poema algum, após tanto embaraço, tanta decepção, tanto cansaço e tanta espera, em vão, por teu abraço... Mas faço.

Autor desconhecido
Música:
Quatro Estações, Vivaldi

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