ENTREVISTA:
Alaya, para responder as perguntas deste tema. Ela estuda o budismo há mais de 8 anos e também pratica meditação; por seu pai ser coordenador do centro budista LamRim, em Brasília e autor de livros sobre budismo, teve a oportunidade do contato com lamas desde criança.
1ª verdade:
Estar vivo é estar sujeito ao sofrimento. Implica em sofrer.
A insatisfação e a frustração nos acompanham toda vida. À saúde segue-se a doença, à juventude segue-se a velhice, à vida segue-se a morte. Estar unido ao que se detesta é sofrimento. Separar-se do que se ama é sofrimento. Não se obter o que se deseja é sofrimento
Então o Buda vai diferenciar 3 tipos de sofrimento:
1 - o sofrimento físico, sofrimento do parto, de cair, de ficar doente, morrer
2 - sofrimento psicológico, que é causado pela impermanência associada a um apego. Isso vai desde nossas emoções mais sutis ao fato de quando vivenciamos algo bom e ficamos tentando repetir esse momento, mas não nos damos conta que cada momento é único, e assim nos frustramos. Quando nos apegamos a alguém e desejamos que esse alguém esteja sempre conosco, mas ao nos darmos conta que as coisas são impermanentes, sofremos.
3 - o terceiro tipo de sofrimento é o mais difícil de explicar. Digamos que é um 'sofrimento da alma'. É um sofrimento decorrente de nossa condição de ignorância da realidade, da verdade última e de nossa própria natureza. Vemos nosso 'eu' como algo independente, auto-existente, inerente, separado... e dividimos as outras pessoas e as coisas do mundo e essa falta de percepção da unicidade entre todos os seres e todas as coisas, da interdependência, de nos acharmos separados, gera um sofrimento residual no 'SER' da pessoa.