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sábado, 7 de janeiro de 2012

Oração sem nome



“Meu Deus escuta: jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-Te. Bom-dia! Como vais?
Disseram-me que não existes.
E eu, tolo, acreditei.

Nunca havia admirado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira destroçada por granadas,
Vi o teu céu estrelado
E compreendi então que me enganaram.

Não sei se me apertarás a mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É curioso: Neste hediondo inferno
Achei a luz para enxergar teu rosto.

Dito isto, já não tenho muita coisa a contar:
Só que... tenho muito prazer em conhecer-te.
À meia-noite, iremos ao ataque.
Não sinto medo, meu Deus, sei que tu velas...

Ah! Eis o clarim! Bom Deus devo ir-me embora,
Gostei de ti, vou ter saudades... Quero dizer!
Será cruenta a luta, bem o sabes,
E esta noite pode ser que eu vá bater à tua porta!

Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas... sim, estou chorando!
Como vês, Deus, penso que já não sou tão mal.
Bem, tenho de ir. É coisa rara a sorte.
Juro, porém: já não receio a morte...”

Ninguém conhece o autor deste poema. Foi encontrado em pleno campo de batalha no corpo de um soldado. Do rapaz estraçalhado por uma granada restava apenas intacta, esta folha de papel...

Do livro Mensagens dos Mestres
foto do filme "A Balada do Soldado"



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