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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Saudade e lembrança



                                                                                                                                                                                 



Podem parecer sinônimos. 
Ideia igual, mas diferente no sentir.
Lembrança é da Memória, 
Saudade é da Alma. 
Muitas lembranças,
poucas saudades.


Lembranças surgem com um cheiro, uma música, uma palavra...


Saudade surge sozinha,
emerge do fundo do peito onde é guardada com carinho.


Lembrança pode ser boa, mas quando não é, pode-se afastá-la convocando outra lembrança ou convocando outro pensamento para o lugar, ligando a TV ou lendo o jornal. 


Saudade é sempre boa, mesmo quando dói, e não se apaga mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio. Ela pode coexistir com um novo amor, sem machucá-lo. 


Lembrança é de algo real, de um lugar, de uma época, uma pessoa. 
Saudade pode ser do que não houve, de uma possibilidade, de lábios jamais tocados. 


Lembrança pode ser contada, medida, localizada, e com algum esforço, pode até ser calculada com uma fórmula matemática, ao gosto dos engenheiros. 


Saudade é dos poetas, é pautada em rimas e melodias; vontade de ver outra pessoa, segundo os poetas, teria outro nome, seria uma saudade com tempero, eu acho. 


Lembrança pode ser sem som,
pode não doer. 
Saudade jamais é sem som.
Se ela não vier com música de fundo, a gente coloca, só para ficar mais bonita, mais gostosa de sentir, para preencher mais a alma vazia. 


Lembrança vence a morte, mas conforma-se com a ausência, respeita convenções. Lembrança aceita nosso comando, vai e volta quando queremos. 


Saudade é irreverente, independente e auto suficiente.

Solange Gouvêa

Música:
Just the way you look tonight

MusicPlaylist
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6 comentários:

  1. Interessante como as mensagens aparecem pra gente.
    Hoje acordei meio melancólica, com aquele vazio no peito, um vazio diferente. Era a falta da presença de meu pai em minha vida. Perdi meu pai há 4 meses e apesar de ser espírita, ainda não me acostumei com a idéia. Na verdade, nós mortais, pregamos muita coisa, mas ao sentir na pele é bem diferente. No meu caso, apesar da minha idade, sinto como se tivesse ficado órfã. Não poder tocar mais nele, ouvir sua voz reclamando ou me dando conselhos ou até mesmo ouvir seu choro, quando recolhido em seu quarto com saudades de minha mãe que também já fez sua viagem há exatamente 11 anos.
    Bem, é isso. Precisava escrever o que hoje está aqui meio que embolado em meu peito. Só um desabafo, nada mais. Nada vai mudar!

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    Respostas
    1. Vai mudar, sim, amiga/irmã... Quando a gente tira o peso da saudade de dentro do peito, o espaço pode ser preenchido com as lembranças dos bons momentos vividos juntos... A saudade não precisa ser doída, nem feia... Na verdade, se você enriquecer seus espaços internos com as boas recordações vai poder sentir e dizer: "Como é bonita a saudade de meu pai!!!"

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  2. A SABEDORIA DO DESAPEGO

    O Hindu chegou aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir debaixo de uma árvore. Chega correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:

    - Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.

    - Mas que pedra? – pergunta-lhe o Hindu.

    - Ontem à noite, eu vi meu Senhor Shiva e, num sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.

    Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:

    - Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la!

    E assim falando, ofereceu-lhe a pedra. O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo. Pegou, pois, o diamante e foi-se embora. Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:

    - Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!

    (Tradição Sufi)

    Eu tbm quero essa riqueza que torne possível eu me desfazer das pessoas que amo assim tão facilmente.

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