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sábado, 22 de agosto de 2015

Justiça e equilíbrio



Em determinada passagem do evangelho, o apóstolo Paulo afirma:

"Pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará".

Habitualmente se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio.

Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações.

Reparemos o cenário da luta vulgar na Terra.

Há homens que são indiferentes às dores do próximo.

Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam.

Muitos optam pelo afastamento do convívio social.

Para esses, a solidão deprimente é a resposta ao mundo.

Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante.

Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza.

Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão.

Naturalmente encontra entre vizinhos e parentes primordialmente antipatia e desconfiança.

Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos.

Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam.

Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria.

O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.

Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós.

Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor.

Todo dia é tempo de semear.

Todo dia é tempo de colher.

Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face.

A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa vida.

A justiça divina é, em última instância, uma lei de harmonia.

Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas.

A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence.

Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a emitiu.

Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga suas criaturas.

É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de seus filhos, para puni-los ao menor desvio.

Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e compreensão.

Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos, permitindo que experimentemos as consequências de todos eles.

Assim, se causamos desequilíbrio no universo, fazendo mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio original, reparando as consequências.

Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença.

Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e nobre.

A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos.

Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer o passado.

Mas o amanhã está inteiro por construir.

Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do Cristo.

Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor.

Afinal, como disse o apóstolo, "aquilo que o homem semear, isto também ceifará".


Momento Espírita







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