Conta-se, na Índia, esta lenda sobre a criação do homem e da mulher:
Quando acabou de criar o homem, o Criador reparou que tinha usado todos os elementos concretos.
Nada mais de sólido, maciço ou duro para criar a mulher.
Depois de pensar muito tempo o criador tomou a redondeza da lua, a flexibilidade do bambu e o farfalhar da grama, a finura da cana e o desabrochar das flores, a leveza das folhas e a serenidade dos raios de sol, as lágrimas das nuvens e a instabilidade do vento, a timidez dum coelho e a vaidade dum pavão, a maciez da penugem de um pássaro e a dureza de um diamante, a doçura do mel e a crueldade do tigre, o crepitar do fogo e o frio da neve, a tagarelice de um papagaio e o cantar de um rouxinol, a astúcia de uma raposa e a fidelidade de uma leoa.