Depois do exemplo é, sem dúvida, a palavra falada ou escrita a grande alavanca dos ideais.
A palavra parece pouco, parece nada, um sopro que passa: e é tudo. Tiranias radicadas, erros seculares são destronados pela ação incoercível da palavra. Sob sua mágica influência raia a luz no seio das trevas, irrompe a liberdade no reino da opressão, vence o altruísmo o império do egoísmo. A palavra ilumina, convence, edifica, converte. Ela penetra o recesso das consciências, sonda o abismo dos corações. Não há poder que a detenha, não há força que a neutralize: basta que seja a expressão da verdade. Não são as balas que vencem o despotismo: é a palavra. Ela é como a fé: remove montanhas. A queda da Bastilha, símbolo augusto da liberdade dos povos, é um dos seus feitos gloriosos. À sua prodigiosa magia a Humanidade se agita e se convulsiona. A boca dos canhões, vomitando fogo, não apavora tanto os redutos da iniquidade quanto a boca do homem proclamando a verdade. O livro, a imprensa, a tribuna: eis o arsenal, o material bélico indispensável às grandes conquistas libertadoras. Tais as armas que conduzem à vitória da justiça. Feche-se o livro, entrave-se o prelo, deite-se abaixo a tribuna: o mundo mergulhará no abismo. A palavra é o dom por excelência. No reino animal, só ao homem foi dado exprimir-se pela prolação do verbo. O Verbo é divino. "O Verbo se fez carne e habitou entre os homens." "No começo tudo era vão e vazio, e o Verbo, então, disse: "Faça-se a luz, e a luz foi feita." O pensamento é força, é poder, é energia: palavra é o seu veiculo. Nada se faz no plano em que vivemos sem a sua valiosa e indispensável atuação. Empreguemos, portanto, a palavra para o fim nobre a que se destina: revelar o nosso sentimento exprimir os anelos e anseios de nossa alma. Nunca a aviltemos como meio de simulação e dissimulação. Conjuguemos nosso verbo pelo paradigma do Verbo deificado. Honremos a palavra, divinizando-a em nossos corações. Que ela seja em todas as emergências de nossa vida a expressão fiel e sincera do que realmente existe em nosso interior. Rendamos-lhe culto, espalhando livros a mancheias, coadjuvando a imprensa, vivificando a tribuna. Só assim cumpriremos o dever, que a todos nós assiste, de espancar as trevas, de combater o vício, o crime, as moléstias e todos os demais flagelos da Humanidade.
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