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sexta-feira, 10 de junho de 2011

A verdadeira propriedade




A vida na Terra é eminentemente transitória.

Por longa que pareça determinada existência, seu término é uma certeza.

O plano espiritual é o ponto de partida e de chegada de todas as almas que renascem na Terra.

Elas aqui aportam trazendo projetos de trabalho e de crescimento pessoal.

A experiência terrena é como um estágio de aprendizado.

A morada natural dos Espíritos é no plano espiritual.

A ampla maioria dos homens não consegue assimilar essa verdade e os seus inevitáveis desdobramentos.

Muitos deles vivem na Terra como se nela se centrassem todas as suas aspirações.

Procuram riquezas, poder e projeção social, mesmo à custa de atos vergonhosos.

Agem como se apenas eles e suas famílias fossem importantes.

Nessa ótica, não titubeiam em semear a miséria e a desgraça nas vidas dos outros.

Enquanto cuidam de seus interesses imediatos, cobrem-se de crimes e desenvolvem numerosos vícios.

Mesmo quem não chega a extremos, raramente reflete a respeito da razão de sua existência.

A certeza da morte deveria funcionar como um antídoto para as ilusões mundanas.

A transitoriedade da experiência terrestre faz com que ela se assemelhe à preparação para uma grande viagem.

Quando alguém vai a um país distante, cuida de levar na bagagem objetos que lá sejam úteis.

De nada adianta gastar tempo e esforço para amealhar coisas que não poderão atravessar a fronteira.

Quem assim age corre o risco de chegar sem nada ao seu destino, na qualidade de um autêntico mendigo.

Sem dúvida é necessário cuidar dos interesses terrenos.

Não há problema algum no desfrute dos bens materiais e muito menos no trabalho que propicia o seu alcance.

O erro reside em centrar nas coisas mundanas toda atenção, em detrimento dos próprios interesses eternos.

Fortuna, beleza, poder, nada disso atravessa os portais da eternidade.

É insano comprometer a própria dignidade espiritual com conquistas transitórias.

Sempre chegará o momento de resgatar os equívocos cometidos e de reparar os estragos causados na vida do semelhante.

Embora o dinheiro e a importância fiquem para trás, os atos indignos praticados na sua busca são levados na consciência.

Ocorre que também os gestos nobres integram o patrimônio do Espírito em sua jornada de retorno ao lar.

Na verdade, o homem só possui efetivamente o que pode levar deste mundo.

Tudo o que será constrangido a deixar constitui apenas uma posse transitória.

Assim, nada do que é de uso do corpo é permanente e real.

Já os dons da alma são eternos: uma vez conquistados, jamais são perdidos.

Convém, pois, tratar de desenvolver a inteligência e as qualidades morais, reveladas mediante uma vida digna.

Elas são o único tesouro que pode ser levado na viagem de regresso ao verdadeiro lar.

Pense nisso.

Autor:

Redação do Momento Espírita,
com base no cap. XVI, item 9
de O evangelho segundo o espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.
Fonte:

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