Quando é que se reconhece a grandeza do ser humano?
Não é quando ele dá esmola para o menino de rua,
quando para o carro em frente à faixa de pedestre
ou quando oferece carona num dia de chuva.
quando para o carro em frente à faixa de pedestre
ou quando oferece carona num dia de chuva.
Essas atitudes reforçam para nós mesmos
a ideia de que, sim, somos gente fina.
Mas é fácil ser gente fina reproduzindo atitudes padrão.
Difícil é ser grande diante do assombro,
Acho que entre todos os grandes gestos,
o perdão é o maior deles.
Em primeiro lugar, o perdão é fruto do erro de alguém,
e quanto maior este erro, maior a grandeza de quem, atingido,
se dispõe a passar por cima da própria dor e levar a vida adiante.
E o perdão torna-se ainda mais digno
porque ninguém se prepara para perdoar.
É mentira quando alguém diz: eu perdoo tudo.
Este tudo não pode ser mensurado previamente.
Não se sabe de antemão o tamanho do golpe.
Não se pode prever nossa reação diante do difícil
reconhecimento de que alguém falhou conosco.
É fácil desculpar um atraso, um esbarrão,
um esquecimento, mas o tamanho do perdão
é proporcional ao tamanho do erro:
um esquecimento, mas o tamanho do perdão
é proporcional ao tamanho do erro:
estes são exemplos de perdões fáceis, corriqueiros.
Difícil é perdoar o trágico.
O Papa João Paulo II perdoou o turco
que lhe deu um tiro anos atrás.
que lhe deu um tiro anos atrás.
O Papa é o representante maior de Deus na terra,
não se espera dele outra atitude, ainda que
tenha surpreendido muita gente.
Mais surpresos ficamos com aqueles que não
vestem nenhum tipo de batina e também perdoam
os que tiraram a vida de seus irmãos, filhos, pais.
Eles não aceitam, mas compreendem.
Compreendem a miséria humana,
compreendem as atitudes impensadas.
compreendem as atitudes impensadas.
São considerados perdedores por causa disso.
E nós, ganhamos o quê não compreendendo?
O perdão é prova de entendimento absoluto,
principalmente de si mesmo. Não perdoar é isolar
o outro, perdoar é entrar no jogo com ele,
participar do problema, e não julgá-lo como se
estivéssemos imunes à mesma fraqueza.
O perdão é o gesto mais elevado que há.
Tão elevado que poucos chegam lá.
Colaboração: Maria José (Zezé)
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