RAMOS CLÁSSICOS
HATHA-YOGA:
É uma Yoga de natureza física. Seus objetivos estão relacionados com o bem-estar físico e a saúde. As posturas (âsanas), efetivamente, beneficiam todo o sistema biológico do ser humano, rejuvenescendo o organismo. Não tem como meta, todavia, despertar os níveis superiores de consciência.
Hatha quer dizer Domínio. Os mais dispostos fisicamente sentirão atração pela Hatha Yoga, que utiliza o domínio externo e interno do corpo físico como ponto de partida. LIMPAR AS VIDRAÇAS PARA QUE A LUZ PENETRE.
Tecnicamente é um sistema de técnicas psicossomáticas que servem de instrumento para transformar o corpo físico num corpo divino.
Quatro elementos do Hatha Yoga:
1 - âsana (posições corporais);
2 - Pranayama (Técnicas de Respiração);
3 - Relaxamento Corporal;
4 - Atitude Mental.
5 - Os âsanas são feitos de maneira suave, lento e uniforme, sem esforço físico, a postura serve para movimentar, canalizar as energias e não gastá-las.
O hata-ioga (Hatha Yoga) é uma forma de ioga pré-clássico.
A expressão Hatha Yoga poderia ser traduzida, dividindo-se as sílabas, nas palavras "ha" (sol) e "tha" (lua), cujo significado é atribuído à busca do equilíbrio das forças solar e lunar, masculina e feminina, como objetivo final dessa prática.
Segundo praticantes, o Hatha Yoga uniu a idéia tântrica do corpo como templo da divindade com a visão vedântica de que tudo que existe é a expressão do Ser, que é criador e agente material da criação.
Dá muita importância à prática das purificações (shat karma), mas também leva em conta seus aspectos sutis, como o despertar da energia potencial (kundalini), técnicas de percepção do som supersutil interior (nada), a absorção final da atenção na realidade transcendental (laya) e a iluminação (samádhi).
RAJA-YOGA:
É a prática suprema, integral. É a síntese das Yogas. Seu objetivo é a comunhão com Deus, através da prática da meditação, vivência de elevada ética de conduta, serviço impessoal ao mundo e veracidade. Nela estão incluídos os sistemas Karma (reta ação) Gnana (sabedoria) e Bhakty (amor).
A prática da Raja Yoga consiste em pranayamas (controle do alento), irradiação de amor universal, namaskara (rendição total e irrestrita a Deus) e a compreensão do bhávana (conceito da Unidade Divina). A meditação é dividida em externa, interna e transcendental, proporcionando ao praticante o despertar dos poderes latentes e divinos do ser, bem-estar físico e mental, caráter, magnanimidade e a aproximação aos Seres da Luz. Todos os sábios, místicos e santos de todas as religiões, de forma consciente ou intuitiva dessa técnica, praticaram a Raja Yoga. Os principais Avatares dessa modalidade são Sri Krishna e Mitra Deva.
O talento meditativo, que utiliza o domínio interno dos mecanismos da atividade mental, trata da mente e dos poderes psíquicos, fortifica a VONTADE e a CONCENTRAÇÃO MENTAL.
Rajá significa Rei. Esse sistema de Yoga foi introduzido por Patanjali e significa UNIÃO REAL com a divindade.
Oito etapas da prática do Raja-Yoga:
1- YAMA
a. Refreamentos: Não violência, verdade, não furtarás, continência, não possessividade;
2- NIYAMA
a. Observâncias: Purificação, contentamento, esforço sobre si, estudo e consagração.
3- ÂSANAS
a. Posturas corporais (exercícios suaves de canalização energética).
4- PRANAYANA
a. Disciplinas de Respiração.
5- PRATYAHARA
a. Retraimento dos sentidos.
6- DHARAMA
a. Fixação da atenção, concentração.
7- DHYANA
a. Meditação
8- SAMADHI
a. Contemplação, êxtase, transcendência.
O Raja-Yoga mostra as leis que governam os mistérios, desenvolve os dons anímicos como a clarividência, capacidade de ver o passado e o futuro; a faculdade de ver o seu interior, ver as vidas passadas, as suas e dos outros. O yogue, então, alcança o estado chamado de "Liberado-Vivo", no qual continua a ter uma existência corporal, porque lhe resta um resíduo Kármico a consumir.
A palavra Karma é derivada da Raiz KRI cujo significado é agir, fazer.
A Yoga da ação. Cada trabalho na terra deve ser feito com amor, sem egoísmo, já que, pela lei do Karma, cada ação corresponde a uma reação.
Ação, Reação e Liberdade. A que se preocupa com a ética, busca a atividade externa, a vida ativa, com a renúncia progressiva ao objeto da ação.
A ideia fundamental é evitar que se fique preso ao emaranhado das ilusões da terra provenientes do mundo Maya, evitar que os homens se tornem escravos e não senhores de si e de seus sentimentos.
O Karma-Yoga tem como base a atividade da vida, ir ao encontro dos acontecimentos enfrentá-los no dia-a-dia; desta forma o amor, comer, beber falar, exercícios, qualquer função orgânica são KARMA. Para esse yogue, toda ação no mundo físico é governada pela lei do Karma.
Bhagavad-Gita nos aconselha a não nos apegarmos ao trabalho que fazemos, de forma a não aprisionarmos nossa alma.
É a Yoga da ação, do reto agir. Os devotos dessa natureza de Yoga procuram atuar corretamente no processo do mundo, tanto nas coisas materiais como espirituais; nos níveis mais elevados, são as pessoas altruístas, que realizam serviço impessoal com renúncia aos seus frutos. Neste ramo da Yoga se inclui o Judaísmo, ensinado e praticado por Moisés, e o Islamismo, pelo profeta Maomé.
BHAKTI-YOGA
É a doutrina da devoção, do amor a Deus e ao próximo, da caridade e da reconciliação. A vivência destes elevados propósitos conduz o verdadeiro discípulo à libertação ou à salvação das misérias humanas e do ciclo das reencarnações compulsórias. Estes são os principais postulados do Cristianismo, uma característica da Bhakty Yoga.
O tipo emocional, devoto, deve provavelmente ser atraído por essa linha da yoga que é a prática do amor e a devoção a Deus e ao próximo (Cristianismo).
O Bhakti-Yoga prega que a meta final de todas as religiões pode ser alcançada pelo amor e adoração ao Supremo ou Absoluto, que é o criador do universo. Segue a linha do Cristianismo, Judaísmo, Maometismo, e outros sistemas dualistas.
As formas de Bakti-Yoga dividem-se em dois grandes ramos:
GAUNI: Contém todas as Práticas preliminares. Respeito, reverência, concentração, respiração, relaxamento. Não deve matar nenhum animal para alimentar-se (vegetarianismo)
PARÂ: Toda a prática de recolhimento interno de adoração a Deus, um Deus pessoal.
Umas poucas observações sobre Bhakti-yoga Sadhana
Bhakti é um fino fio de seda de Prem ou amor que une o coração de um devoto aos pés de lótus do Senhor. Bhakti é intensa devoção e ligação a Deus. Ele é uma espontânea efusão de amor direcionado a Deus. Ele é puro, livre de egoísmo; é amor Divino ou Suddha Prem. Bhakti é sagrado; elevada emoção de sentimentos sublimes que unem os devotos com o Senhor. Ele é experimentado pelos Bhaktas.
O amor humano é vazio. Ele é uma mera atração animal. Ele é paixão. Trata-se de amor carnal. Ele é um amor egoísta. Ele está sempre mudando. Ele é uma hipocrisia e uma mera aparência. A esposa não cuida do seu marido quando ele está desempregado. Ela franze as sobrancelhas para ele. O marido desgosta-se da sua mulher quando ela perde a beleza devido a alguma doença crônica. Você deve encontrar o verdadeiro, eterno amor de Deus apenas. O amor de Deus não conhece mudanças.
Bhakti é a base de toda a vida religiosa. Bhakti destrói os Vasanas e o egoísmo. A vida sem Bhakti, fé, amor e devoção é uma imensa sombra. Bhati amacia o coração e remove e inveja, o ódio, luxúria, ira, egoísmo, orgulho e arrogância. Ele inspira alegria, Êxtase Divino, bem-aventurança, paz e conhecimento, todos os cuidados, aborrecimentos, ansiedades, medos, tomentos mentais e atribulações desaparecem inteiramente. O devoto liberta-se da roda do Samsara, ou nascimentos e mortes. Ele alcança a morada da imortalidade, da paz eterna, bem-aventurança e todo conhecimento.
JNANA-YOGA
O espírito intelectual e filosófico identificar-se-á com a JNANA-YOGA, que emprega o discernimento e conhecimento abstrato.
As cortinas da ilusão serão rasgadas pelo praticante do Jnana, que é um perfeito investigador da verdade. Possui 3 aspectos (volitivo, afetivo e cognitivo) do ser humano:
Sete qualificações exige-se do praticante do Jnana:
1º - VIVEKA (DISCERNIMENTO):
A Realidade da aparência – sonhos, alucinações, ilusões.
Realidade Empírica – a da experiência cotidiana, está submetida a uma mudança perpétua, aquilo que em um dado momento é real, em outro não é mais, não pode ser considerado verdadeiramente real.
Realidade Absoluta - Só esta é eterna e real, quem é um yogue jnana busca incessantemente esta realidade.
2º - VAIRAGYA (RENÚNCIA):
É o desinteresse por todos os objetos de prazer, renúncia a todos os frutos do trabalho. A vida, a morte, a alegria, a angústia, tudo isso não passa de criações mentais.
3º - TAPAS (AUSTERIDADE):
Composto de seis tesouros: Tranquilidade, autocontrole, controle da mente, tolerância, contemplação e fé.
4º - MUMUKSUTVA (A LIBERAÇÃO):
O desejo intenso de se livrar de todas as formas de servidão.
5º - CRAVANA (AUDIÇÃO):
Ouvir atentamente, para poder captar todos os ensinamentos.
6º - MAMANA (REFLEXÃO):
Refletir constantemente sobre todos os ensinamentos, eliminar dúvidas.
7º - NIDIDHYASANA (MEDITAÇÃO):
Meditação constante sobre as doutrinas reveladas pelos estudos, mestres e escrituras. Sentado num lugar retirado, meditação inquebrantável a qualquer manifestação do exterior, aprofundando-se no infinito.
TANTRA-YOGA:
O domínio das energias sutis, leva ao Tantra yoga (KUNDALINI, ENERGIA ADORMECIDA), exercicios das energias psíquicas e fisiológicas. É a yoga dos chakras, principalmente o chakra básico.
O despertar da serpente, libertar a energia sexual adormecida na base da coluna no coccix é a função da KUNDALINI-YOGA ou TANTRA-YOGA.
Existem duas correntes Kundalínicas, uma amarela e outra vermelha que quando desperta, vão serpenteando a coluna vertebral até o chakra coronário, fluindo energias para todos os outros.
A energia positiva com a cor amarela chama-se pingala e a vermelha chama-se ida no homem; na mulher essa energética é invertida.
A kundalini está adormecida (serpente energética), obstruindo, com sua cabeça, a entrada de Sushumna, base da coluna, no chakra básico (rádico). Para despertar a kundalini são aliadas várias técnicas, posturas, respiração e um cuidado todo especial.
Segundo os Tantras, "a tranquilidade e a paz vêm de dentro para fora".
Derivado do verbo tantori (tecer), Tantra Yoga é um termo sânscrito que significa a essência ou urditura daquilo que é tecido. Segundo outra versão, deriva da raiz Tan, que quer dizer estender. Como os tantras também são conhecidos sob a designação de agama, ou seja, tradição, teríamos como significado final "estender a tradição", mas, na realidade entende-se como estender a serpente (energia sexual por todo os chakras).
Popularmente, a palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.
MANTRA-YOGA:
A YOGA dos sons internos e externos, os mantras são poderosos sons que movem as energias psíquicas e fisiológicas.
A palavra MANTRA é derivada da raiz MAN que significa pensar e o sufixo TRA que significa instrumento; é o ramo da yoga que estuda as vibrações sonoras, a vocalização. Existem sons místicos, sagrados que, quando evocados sistematicamente, despertam a consciência.
O Mantra libera a mente da dificuldade em perceber que a pessoa já é aquilo que busca. Equilibra a personalidade para que se possa transcender às limitações. É o poder do som para despertar tudo aquilo que está adormecido dentro das pessoas. Com os Mantras, aprende-se a não lutar ou se envolver com os pensamentos.
Os Rsis (rísis) – sábios - utilizavam combinações de sons para estabelecer vibrações específicas, para prolongar determinados estados de consciência e também vibrações com poder de cura, de destruição, de causar tristeza ou alegria, ou até mesmo de mudar a aparência ou mentalidade das pessoas.
É de grande importância a participação de um mestre qualificado que possa perceber e ensinar sobre o Mantra que vai desencadear o potencial de cada personalidade.
LINK PARA O ESTUDO DOS CHAKRAS E PARA OUVIR OS MANTRAS:
Fonte:
-Revista Planeta.
-Georg Feuerstein - Manual da Yoga
-Internet
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