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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lendas Xamânicas - Astros do Quinto Mundo






Há muito, muito tempo existiu um primeiro mundo, diferente do nosso, no qual reinava Tezcatlipoca, Deus do Norte, do frio e da chuva. Um dia, um jaguar, leve e poderoso, saltou para o céu e engoliu o Sol. Este cataclismo foi obra do próprio Deus que, depois de transformar em jaguar, desencadeou, assim, o fim deste primeiro mundo.

Sucedeu-lhe um segundo mundo, que desapareceu por sua vez pela ação de feiticeiros auxiliados pelo Deus Quetzacoatl: enquanto os magos transformavam todos os homens em macacos, o Deus provocou violentas rajadas de vento que, soprando de oeste para leste, destruíram tudo à sua passagem.

Uma chuva de lavas incandescentes vindas do sul pôs termo ao terceiro mundo: desta vez, o responsável foi Tlaloc, Deus da chuva, dos raios, dos trovões e dos vulcões.

Por fim, surgiu um dilúvio do leste, o qual inundou a Terra durante cinquenta e dois anos e abateu o Céu: a Deusa das águas desmantelou, assim, o quarto mundo. Só um homem e uma mulher tinham conseguido encontrar refúgio no cimo de um imenso cipreste, mas o Deus Tlaloc acabou por descobri-los e transformou-os em cães. Quando as águas se retiraram, não restava na Terra nenhum sinal de vida humana.

Contudo, era necessário criar um quinto mundo, pois tal é a lei do Universo. Em primeiro lugar, Quetzacoatl desceu ao reino subterrâneo: conseguiu ressuscitar os mortos e permitiu, assim, o nascimento de uma nova Humanidade. Em seguida, os deuses ergueram o Céu que se abatera e decidiram criar o Sol e a Lua, a fim de dissiparem as trevas que envolviam a Terra.

- Entre nós, quem aceitará iluminar o mundo? - perguntam uns aos outros, tendo-se reunidos na escuridão.

- Eu encarrego-me disso! - respondeu Tecciztelcatl, Deus de porte imponente, ricamente vestido.

- E quem mais?

- Eu também! Respondeu uma voz tímida.

Os deuses voltaram-se, então, para quem acabava de falar: surpreendidos, avistaram um Deus pequeno e franzino, cujo vestuário revelava grande pobreza, Nanauatzin. Aceitaram-no, porém, aliviados, pois tornar-se Sol ou Lua representava prova temível.

Enquanto os deuses acendiam uma grande fogueira, os dois voluntários iniciaram um período de penitência, no termo do qual fizeram oferendas, cada um de acordo com as suas possibilidades: Tecciztelcatl ofertou brincos de ouro, pedras preciosas e plumas verde de grande valor. Nanauatzin só conseguiu oferecer canas de bambu, feixes de feno e espinhos, nos quais picava as mãos. Em seguida, paramentaram-nos com ornamentos especiais: um manto de plumas e tecido fino para o primeiro, um gorro e uma bata de papel para o segundo. Por fim, cada um deles subiu ao cimo de uma pirâmide edificada pelos deuses, pois era essa a condição para renascerem sob a forma de Sol ou de Lua.

Por quatro vezes Tecciztelcatl se quis lançar a fogueira, mas acabou sempre por recuar, tolhido de medo. Então, Nanauatzin lançou-se sem hesitações no vazio, desaparecendo entre as chamas e transformou-se imediatamente em Sol.
Encorajado por esse exemplo, o companheiro imitou-o e transformou por sua vez em Lua.

- De que lado nascerão os astros? - perguntaram, então os deuses.

- A oeste - diziam uns.

- A norte ou a sul - pensavam os outros.

Por fim, o Sol e a Lua deram razão aos que esperavam a leste. Primeiro, nasceu o Sol, tão vermelho e resplandecente que ninguém conseguia olhá-lo de frente: era Nanauatzin, o pequeno Deus tímido e franzino. A Lua, isto é, Tecciztelcatl, surgiu quase que simultaneamente, tão brilhante como o Sol, o que provocou o descontentamento de certos deuses:

- Eles não devem iluminar o mundo da mesma maneira! - exclamou um deles, lançando a Lua a uma lebre, que lhe atenuo o brilho e lhe imprimiu as manchas escuras que ainda hoje os homens conseguem observar. Nesta ocasião, Tecciztelcatl viu-se punido pela sua covardia diante da fogueira.

Pouco depois, os outros deuses aperceberam-se de que os dois astros tinham se imobilizados e se recusavam a percorrer o Céu. Pensaram, então, que também deveriam lançar-se à fogueira.

Foi assim que os Astecas imaginaram o nascimento dos astros do quinto mundo, o nosso...







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