“Escutai e compreendei bem isto: Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. – O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem.”
(S. Mateus, XV)
"Dentre os velhos inimigos a burilar na caminhada evolutiva, as tendências que assinalam nosso estágio de aprendizado espiritual constituem fortes impulsos da alma que desviam o ser de seu trajeto natural na aquisição das virtudes.
Tendências são inclinações, pendores que determinam algumas características comportamentais da personalidade. Muitas delas foram adquiridas em várias etapas reencarnatórias, e sedimentam o sistema de valores, com o qual a criatura faz suas escolhas na rotina da existência.
Entre essas inclinações vamos encontrar a adoração exterior como sendo hábito profundamente arraigado na mente, determinando forte vocação para ritualização, o místico e a valorização de tradições religiosas, através da qual o homem faz seu encontro com Deus.
Nesse sentido, é interessante analisar que, mesmo nas fileiras da doutrina da fé raciocinada, encontra-se a maioria de seus adeptos engalfinhados em vigorosas reminiscências que fizeram parte das movimentações da alma nas vivências das religiões tradicionais.
Atrofiamento do raciocínio, supervalorização dos valores institucionais, engessamento de conceitos, sensação de missionarismo religioso, atitude de supremacia da verdade, idolatria a seres superiores, submissão de conveniência a líderes, relação de desvalorização de si mesmo em razão da condição de pecador, condutas puritanas diante da sociedade e seus costumes, cultivo de comportamentos moralistas, confusão entre pureza exterior e renovação íntima e etc., são algumas tendências que se apresentam junto aos nossos celeiros espíritas, remanescentes de fortes condicionamentos psíquicos.
Necessitamos urgentemente ter a coragem de avaliar, com sinceridade, as influências ‘éticas’ perniciosas dessas tendências no quadro de nossas vivências.
Frágil padrão de validação da conduta espírita tem tomado conta dos costumes entre os idealistas. Estereótipos, como seria óbvio, que sofrem as fantasias do ‘homem velho’, habituado a sempre rechear com facilidades os seus caminhos em direção ao Pai, a fim de não ter que se enfrentar.
É nesse sentido que vamos observando uma supervalorização em coisas, tais como: a não adoção de alimentação carnívora, a impropriedade de frequentar certos ambientes sociais, a fuga da ação política, não chorar em velórios, distanciamento da riqueza como se fosse um mal em si mesma, cenho carregado como sinônimo de responsabilidade, se fumar não é espírita, separar-se matrimonialmente tem a reencarnação fracassada, se for homossexual não pode fazer parte da reforma e etc. Assim prosseguem as idiossincrasias que são estipuladas umas aqui, outras acolá.
Nenhuma dessas posturas é referência segura sobre a qualidade de nossos sentimentos. É o que sai do coração que é o critério de validação de nossa realidade espiritual. Por ele se conhece a verdadeira pureza, a pureza interior que é determinada pela forma como sentimos a vida que nos rodeia.
E sobre esse assunto só temos condições de avaliar o que se passa no nosso íntimo, jamais o que ‘vai’ no coração do outro.
Em conclusão, estejamos alerta para a única referência ética que servirá a cada um de nós no reino da alma liberta da vida física: fazer todo o bem que pudermos no alcance de nossas forças.
Para isso, somente trabalhando por uma intensa metamorfose nos reinos do coração.”
Que possamos aprender com as frutas.
Existe o tempo de germinar, crescer, amadurecer, servir e transformar-se.
Aproveitemos para deixar exalar de nosso íntimo o doce aroma do tempo maduro de nossas almas.
Paz Profunda e Boa Semana para Todos!!!!
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