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sexta-feira, 27 de março de 2015

Nossa outra face



Expressando-nos na condição de espíritos da Terra e dirigindo-nos aos companheiros da Terra, convém recordar em matéria de julgamento, que todos nós, os aprendizes de elevação, estamos conscientes de nossa outra face. A face oculta que trazemos.

Não nos reportamos aqui aos amigos que trabalham entre nós com o íntimo iluminado pelo amor, em seus mais altos estágios de grandeza.

Reportamo-nos a nós mesmos, os que pugnamos pelo auto-aperfeiçoamento.

Observemos que as Forças do Bem, claramente interessadas em nossa melhoria, suscitam, no mundo, em nosso favor, todo um acervo de situações que, em nos impulsionando à disciplina, nos induzem à educação.

Obrigações domésticas, deveres públicos e sociais, responsabilidades de profissão, preceitos de relacionamento e, sobretudo, os compromissos de caráter religioso, na essência, significam tarefa de acrisolamento interior, compelindo-nos à sociabilidade e à gentileza na superfície de nossas manifestações.

A Sabedoria da Vida procura esculpir-nos a imagem nos moldes da sublimação integral.

Recordemos as tempestades magnéticas do desespero e da revolta, do crime e da lamentação em forma de angústia vazia a que nos entregamos instintivamente e rememoremos as ocasiões em que fantasiamos o mal onde o mal não existe e, ainda, aquelas outras em que exercemos a opressão disfarçada, ampliando processos de crueldade mental sobre os outros e verificaremos que carregamos por dentro a nossa outra face, a exigir-nos atenção e burilamento.

Compreendamos semelhante verdade sem fixar-nos na crosta de nossas vestimentas psicológicas.

Voltemo-nos para o âmago de nós em espírito, mas sem os prejuízos do azedume e da auto-condenação, plenamente integrados na certeza da Misericórdia de Deus, e encontraremos a nossa própria alma imortal a pedir-nos paz e luz, amor e sabedoria, a fim de altear-se com segurança para a Vida Maior.


Emmanuel
do livro: “Urgência”
Francisco Cândido Xavier







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