Quero sair da minha pele.
Quero deixar, nem que for por um instante, este veículo físico e temporal, tão pesado...
Quero arrancar este vestido engomado,
inadequado, apertado,
limitado a cinco míseros sentidos.
Quero, nem que for por um instante,
acreditar-me livre imortal,
atemporal e sair voando por aí,
deixando para trás este veículo dolorido....
Ganhar o espaço sideral,
ou quem sabe, o próprio mundo causal
tão decantado por Yuktéswar e Platão...
Quero me sentir do Todo
uma ínfima porcentagem ou fração.
Respirar aragem nova, ver-me livre dos meus terrenos sentimentos
Que tão pouco me falam de alegrias,
mas bem sabem destilar os meus tormentos...
Quero, nem que for por um momento,
ver-me livre da minha mente,
que mente para mim o tempo todo,
em forma-pensamentos tipo círculo-vicioso,
incapazes de síntese ou de se abrirem para uma volta mais ampla da espiral,
Retornando inexoravelmente
ao mesmo conhecido lugar
Onde reencontro a cada segundo,
Todas as minhas mazelas
e todas as mazelas do mundo.
Hoje estou com sede de vida eterna...
De água de inesgotável fonte que deveras me dessedente
E que me arremesse a um novo e inusitado horizonte
Onde não conste
Vestido engomado
Sentimento truncado
Pensamento embotado
Viver limitado
Virtude ou Pecado!!!!
Quero.
Fátima Irene Pinto®
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