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domingo, 1 de dezembro de 2013

Notas sobre algo difícil de descrever: A Experiência Direta do Sagrado



A busca da sabedoria é uma coisa, e a busca do sagrado é outra.

A sabedoria está implícita na percepção do sagrado. A percepção do sagrado está implícita na sabedoria. Ainda assim, são duas coisas diferentes. É mais fácil falar da sabedoria.

Se experimentamos diretamente o que é divino, podemos sentir que dizer qualquer coisa a respeito, mesmo para nós mesmos e apenas em pensamento, é como uma tradução automática do Google que distorce o significado original e fragmenta cada frase apresentando-a em pedaços desconectados.

É desta maneira que os reais segredos são mantidos. Eles pertencem a seus próprios níveis de consciência e não podem ser transportados ou traduzidos para dimensões mais grosseiras. Seria o mesmo que pretender fritar neve, ou prender ar puro em um quarto pequeno com portas e janelas fechadas. Há uma diferença entre ver o nascer do sol e olhar para uma foto de um sol nascendo.

Além disso, a busca da experiência sagrada é uma coisa, e a maneira como a experiência direta do sagrado vem até o buscador é outra coisa. Há energias que sobem, e energias que descem.

Quando a experiência do sagrado vem até alguém, ela responde ao bom carma da busca realizada, e usa a energia criada pelo esforço na direção do mais alto; mas a usa de uma maneira inesperada e transcendente.

O sentimento do sagrado e do divino sugere para cada buscador algo que lhe é familiar. Trata-se de um sentimento íntimo. Ele ocorre no nível mais interno e verdadeiro do “eu”. A pessoa em seguida sabe que não poderia explicar esta experiência para mais ninguém. Ao mesmo tempo, a experiência do sagrado traz consigo mudanças e potencialidades que fluirão de modo natural desde o interior da sua própria alma.

O convívio com o sagrado dá a você um sentido de paz e de força. Desperta-lhe uma humildade, uma satisfação de ser pequeno. A humildade é irmã da sabedoria eterna e faz com que tenhamos um sentido ilimitado de tempo.

A humildade no caminho espiritual decorre do fato de que nosso contato consciente com o infinito depende de uma certa renúncia. O eu inferior só pode perceber sem intermediários as dimensões sagradas da vida quando transcende os acontecimentos de curto prazo e expande sua visão da evolução da alma de modo a reconhecê-la como um processo de milhões de anos.

O estudo do céu desde um ponto de vista teosófico possibilita esta expansão. A infinitude ocorre no espaço, assim como ocorre no tempo. Os ensinamentos da teosofia original preparam os estudantes para a compreensão da Lei eterna e os capacitam a deixar de lado a ilusão.

A observação da vida como um processo de milhões de anos desenvolve o auto-esquecimento e a simplicidade pessoal, sentimentos que frequentemente se manifestam como devoção. Deste modo alcançamos um sentido de liberdade ilimitada, e o medo e a ansiedade tendem a desaparecer. Mas há sempre ilusões a evitar.


O Sagrado, o Sacrifício e a Alma

Uma vez que decidimos viver na presença interior do que é sagrado, nossa ingenuidade pode levar-nos a pensar que temos direito a um pouco de conforto e estabilidade ao nosso redor.

No entanto, o fato de que alguém está tentando viver na presença interior do sagrado é mais do que suficiente para provocar uma espécie de “febre” no processo não só do seu carma individual, mas também no seu carma familiar, no carma do seu casamento, de suas relações pessoais, e em vários níveis de carma coletivo ao qual ele pertence. Até o carma de um país é afetado se há uma nova luz buddhi-manásica cuja chama arde de modo sustentável.

É por isso que o caminho da sabedoria é descrito como desconfortável. Qualquer caminho muito cômodo, caso seja descrito como “espiritual”, é falso e consiste em uma armadilha.

Aquele que busca pela sabedoria pode ser capaz de dar alguma paz aos outros, mas não é necessariamente provável que tenha paz para si mesmo, exceto no plano interno. E isso é suficiente, quando a alma tem a experiência necessária.

Em todas as situações, as expectativas pessoais levam à derrota, enquanto o cumprimento impessoal do dever produz a bênção da vitória interior.

Os que buscam a felicidade exclusivamente em coisas exteriores estão equivocados, assim como os que a buscam no mundo interior. O sagrado e a bem-aventurança não podem ser encontrado exclusivamente “dentro” ou exclusivamente “fora” de si mesmo.

A experiência do que é divino resulta de um tipo específico de interação entre o “interno” e o “externo” que acaba por dissolver o sentido de separação entre as duas coisas.


Carlos Cardoso Aveline


fonte:
http://www.espiritbook.com.br/
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