A grande maioria das pessoas tem uma resposta automática diante de certas situações na vida. Isso é natural e saudável, até certo ponto. Por exemplo, se vemos, de repente, algo ameaçador diante de nós, nossa primeira reação é nos defendermos. Até mesmo nosso corpo se prepara para isso. É um processo que ocorre devido ao instinto de conservação...
Nosso batimento cardíaco, nosso processo respiratório, tudo se altera. Até aí tudo bem. Agora, o problema é quando a coisa foge do natural e toma um tamanho desproporcional e fora da realidade.
Essa falha de percepção e compreensão das circunstâncias da vida faz a gente julgar os outros, condenando-os de acordo com os nossos valores morais, ainda que nossos valores não sejam lá grande coisa...
A maioria das pessoas não é educada a compreender e perdoar. Aprendemos, desde nossa infância, que vivemos em um mundo competitivo onde cada um deve agir por si se quiser vencer na vida.
E assim começamos mais uma semana! No domingo já vamos dormir tristes, ansiosos, temendo a terrível segunda-feira. Isso porque o trabalho, pra maioria, não significa autorrealização, mas necessidade de sobrevivência. Nos preparamos para um dia que será de competição e não de cooperação. Seja na empresa, na escola, muitos se sentem na obrigação de estar o tempo todo provando sua capacidade. E assim, nos armamos contra o que consideramos ameaçador, julgamos e condenamos aqueles que nos ferem e nos sentimos cada vez pior, por mais que tentemos fugir dessa dor interior através das distrações comuns, que alienam... seja no consumismo daquilo que não precisamos ou comendo e bebendo aquilo que agride nosso corpo.
Chega! Pare de viver essa vida robotizada! Pare de viver nessa turbulência emocional, com respostas condicionadas nas situações que surgem na sua vida. Comece agora mesmo a sentir esse mundo que existe dentro de você, essa alma que grita por amor, por afeto; essa inteligência que busca se desenvolver, criar... Onde estão seus sonhos? Você é uma pessoa que vive para se realizar ou apenas sobrevive num mundo caótico de seres humanos frustrados?
Você pode ser feliz, e tenho certeza que será! Vamos começar a partir de hoje essa jornada?
Então, o primeiro passo é voltar pra dentro de si. Comece percebendo sua respiração, relaxe os músculos, diminua as tensões... inspire e expire o ar profundamente e com calma. Depois, comece a perceber o seu mundo interior. O que está sentindo, o que está temendo, o que passa pela sua cabeça quando está distraído... Não julgue nada, não racionalize nada, não critique... apenas perceba. Lá dentro, quando você ultrapassa as barreiras da mente, dos desejos superficiais, dos julgamentos, da vaidade... enfim, da personalidade egoísta, existe uma voz que fala através do silêncio. É um vazio que preenche a tudo e só pode ser percebido quando você entra nesse estado de serenidade e paz interior. Neste momento, não vale a pena mais nada, a não ser o amor.
Este é o primeiro passo: tirar o foco das confusões externas e trazê-lo para dentro de você. É a jornada que o filho pródigo faz de volta à casa do Pai. É a reintegração com o seu Eu Interior, na busca pela sua natureza de Buda ou do Cristo interno que habita em você.
Artigo escrito por Victor Rebelo
Fonte: Revista Caminho Espiritual
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